8.1.08

Shogun

Quando se pensa em cultura japonesa e sua gastronomia, se se desvincular da idéia fashion que impregnou nos restaurantes orientais, o que resta é um lugar pequeno, com comida boa e tradicional. O Shogun entra nesse quesito, mesmo situado em um dos bairros que mais concentram restaurantes em Campinas - aqueles que abrem, fecham, ficam uma temporada, se renovam e depois viram botequinho.
Na sexta-feira que fui estava completamente lotado embora tarde da noite (23h, o que para campineiros é, realmente, muito tarde). Consegui uma mesa no centro do restaurante, um dos locais, diga-se de passagem, mais quentes. Até todas as pessoas chegarem e fazermos os pedidos, fomos para fora do restaurante fumar um cigarro. Lá dentro não há local para fumantes e, sinceramente, pelo tamanho do local, nem seria muito bom que houvesse.
A demora no atendimento era latente e o humor das garçonetes não era dos melhores (novamente, tarde da noite). O Festival foi a opção da noite, que inclui sushi, sashimi, guioza, missoshiro, tempurá e yakisoba por R$32,00. Exclui todos os citados com exceção do sushi e sashimi.
O primeiro prato, para quatro pessoas, foi uma generosa porção de sashimi de salmão. E somente salmão. Temperatura ambiente para quase quente, cheio de gordura e, com certeza, rebarbas que não foram utilizadas para algum temaki com cream cheese. Diante de tanto sashimi, o sushi foi pedido novamente e, para surpresa, sushis de pepino, kani kama e um resquício de atum. Em 6 pedaços cada. Sushi não se corta em 8?
Contudo, o arroz era muito bem temperado, o gari (conserva de gengibre) perfeito e a entrada (salada de cenoura com repolho) deliciosa. Mas até onde um restaurante se segura nisso?
Nota-se que o Shogun é muito tradicional no ideal, na proposta, mas na apresentação final, nada disso se aplica.
Sei que o restaurante pode ser melhor por já ter visitado diversas vezes antes. Espero pensar que era o tardar da hora, a pressa para ir embora - que, de tão grande, tive que ouvir da garçonete se queríamos mais alguma coisa da cozinha que ela estava para fechar. Isso foi a primeira vez em um restaurante. Em bares contantemente ouço isso como um eufemismo de "estamos realmente fechando", mas em restaurante, onde eu pensei, ingênua que sou, que a comida é o mais importante, realmente foi a primeira vez.
De qualquer forma, o custo-benefício realmente é bom e quando não se paga muito, não se espera muito também. Triste, porém verdade.

Passe lá (antes das 23h):
Rua Conceição, 800
Centro de Convivência
Cambuí - Campinas
(19) 3254-4238
Visitado em 4 Janeiro 2008

3 comentários:

Anônimo disse...

por pouco que sei sobre makizushi,
pode ser cortado em quantos pedaços achar melhor.

Anônimo disse...

O Hossomaki, que é aquele sushi onde usamos somente metade da folha de Nori, é orignalmente cortado em 6 pedaços, inclusive no Japão.

Unknown disse...

O hosomaki, tradicionalmente, é cortado em 6 pedaços por causa da aversão japonesa ao número 4, que consideram associado à morte. (Ah, mas são 8 pedaços, e não 4 - ERRADO. Também por tradição, o sushi é servido em pares, logo, 8 pedaços equivalem a 4 pares)