25.1.08

Kabana

Kabana é um bar de praia sem estar na praia. Esse é a primeira impressão que se tem do bar, com areia no chão, várias plantas perto de uma parede pichada com grafites exclusivos e pessoas que se importam mais em se divertir que se vestir bem para a balada.
A área externa do bar é composta por várias mesas, as quais são disputadas a tapas e sempre ocupadas com pessoas que ora conversam, ora estão de olho em outras pessoas.
Kabana é bar de paquera e de muita conversa.
Os djs que animam a noite estão sempre mais focados em reggae, mas também existem as noites rock e samba rock, muito animadas na pista de dança em frente ao balcão. Lá, na verdade, é onde todos mais se divertem, mesmo envoltos em cotovelos, cervejas e muita gente.
O bar oferece um dos lanches mais simples, contudo um dos mais pedidos, que tem a alcunha de boiola, feito de pão francês, tomate, azeite, queijo fresco e orégano. Um dos mais pedidos da casa e com certeza, um dos mais saborosos. Para aqueles que querem matar a fome, o X-kabana consegue satisfazer os mais famintos de todos.
Os garçons e garçonetes são sempre pessoas muito gentis que conseguem, no meio de tanta gente, trazer sua cerveja gelada em pouco tempo.
A entrada no bar é bem dilatada, podendo estar lá até duas e meia da manhã, o que é extremamente significativo no meio boêmio campineiro.
O lado ruim, se é que pode-se falar isso, é que de sexta-feira o bar lota bastante e a fila para entrada é bastante grande.
Preste atenção na decoração do bar, desde a parede do balcão até as portas dos banheiros.
É um bar para quem gosta de se divertir, beber à vontade, sem se preocupar com divisão de contas - afinal a comanda é individual e quer chegar tarde em casa.
É um dos bares que mais recomendo e um dos poucos que Campinas realmente precisava.

Passe lá (mas passe mesmo):
Avenida Romeo Tórtima, 485
Barão Geraldo - Campinas-SP
Tel: 3289-8216
Visitado em 18 Janeiro 2008
www.kabanabar.com.br

City Bar

Qualquer campineiro que se preze tem que ter ido no City Bar alguma vez na vida.
A minha primeira vez, porque sempre tem uma, foi há uns 10 anos atrás. O bar continua o mesmo.
Ainda quer manter o posto de melhor bacalhau do mundo, ainda possui as figuras boêmias de sempre e todos os diversos tipos de pessoas pedindo dinheiro por causas variadas. Nessa noite foram 3: um artista que precisava de dinheiro para a passagem de ônibus, uma pessoa que queria um guaraná e em troca fazia mágicas - que descobrimos o segredo e depois ele confirmou e mais uma pessoa que queria qualquer trocado porque precisava.
City bar é um bar ao lado do Centro de Convivência de Campinas, localizado no meio do Cambuí e que atrai um público devoto e notívagos boêmios que adoram uma mesa de bar ao ar livre.
A cerveja sempre está gelada assim como o tratamento dos garçons, quando resolvem chegar até sua mesa. Eu que não tenho paciência com espera de garçom, lá me dirigi ao balcão para pedir meu copo e uma cerveja. A mensagem foi repassada e 10 minutos depois consegui tomar o primeiro gole.
A grande essência do bar é passar a noite vendo o grau sui generis das pessoas que frequentam o bar, desenvolver seu estranhamento, se divertir com os amigos da sua mesa e lutar pela atenção do garçom.
Tipicamente campineiro, avisa que a cozinha vai fechar em um eufemismo de fechar o bar e a conta é jogada na mesa sem ser pedida. Tratamento boteco campineiro, de costume e que sabe-se que não haverá saideira. Bom o preço da cerveja, que não extrapola como em barzinhos do mesmo bairro mas também não agrada os que gostam de uma cerveja a dois reais.
As porções são sempre saborosas e podemos apreciá-las ao som de carros de playboys no semáfaro ou batidas de carro. É uma vivência intensa da cidade e por tal esse bar nunca fechou.
Bom saber também que se pode chegar tarde da noite, contudo não ir embora tão tarde.
Vale a pena ir a qualquer momento que estiver aberto, seja para o bolinho de bacalhau ou para juntar amigos em um quinta-feira à noite.

Passe lá:
Centro de Convivência
Avenida Júlio de Mesquita, 450
Tel 3252-529
Visitado em 24 Janeiro 2008

22.1.08

Kilimanjaro




Campineiro, como todo paulista, adora um shopping. E lá estava eu, em pleno domingo chuvoso - o que intensifica ainda mais a freqüência ao local, no shopping Iguatemi Campinas, morrendo de fome e sem saber exatamente onde ir.
Fazia tempo que queria voltar ao Kilimanjaro, restaurante de comida contemporânea e light, segundo eles mesmo dizem.
Ao chegar ganhei um canhoto que me dizia que a espera era de quinze minutos e somente esperei algum tempo porque não sabia em qual outro restaurante dos diversos da praça de alimentação que queria ir. Quinze minutos na realidade foram cinco, então logo estava sentada em uma mesa com uma cadeira e o outro lado com banco estofado.
Recebi o cardápio, um tanto confuso com saladas, e pratos, e acompanhamentos e pedi, depois de dez minutos, um suco de abacaxi com hortelã (que notei ser pedido por várias outras pessoas) e uma salada asiática, esta composta por rúcula, shiitake, broto de feijão, torradas com queijo, amendoim e um molho especial - que me arrisco a dizer ser manteiga, sakê e shoyo.
Também foi pedido uma ceaser salad, básica salada de alface americana, croutons, peito e peru em cubos e molho típico e um filet mignon com batatas e shiitake e tomate cereja.
Problema foi que a ceaser salad veio antes e eu fiquei a ver navios. Pedi pela minha salada, que foi terminada quando o filet mignon chegou - minha fome era grande, mas não tão grande a ponto de pedir dois pratos.
A decoração dos pratos era belíssima, tudo muito bem disposto (e servido) em um grande prato quadrado - adoro os pratos quadrados - e com sabor impecável.
O filet mignon estava um ponto a mais do que o que fora pedido e as batatas um ponto a menos do que deveriam ser cozidas, mas mesmo assim, o sabor ainda estava de acordo.
A sobremesa, que poderia ter sido um crème brûlée, não foi pedida por não haver espaço no estômago.
O local é extremamente bem decorado, com aquele estilo moderno mas mesmo assim aconchegante sem ser pedante demais - até onde pode-se não ser, sendo um restaurante à lá carte no meio do shopping Iguatemi.
Interessante notar que todos os garçons eram senhores, nada de mocinhos e mocinhas bonitos que chamam atenção mas não guardam pedidos.
A conta ficou em R$100, o que para um almoço de domingo não é nada convidativo, contudo, acho que esteve de acordo com o que oferecia.
O Kilimanjaro é um restaurante que atrai um público diverso, desde pais com crianças, até casais de namorados, pessoas de trabalho, turistas americanos, socialáites e eu, que queria mesmo era comer um salada deliciosa e não me preocupar que o preço do prato comprava 15 pés de rúcula.
Para um domingo a tarde ou até mesmo um sábado antes de cair na balada, ou ir namorar, ou simplesmente ir apreciar o camarão com purê, que era sugestão do dia e eu não pedi.

Passe lá:
Shopping Iguatemi Campinas
Av. Iguatemi, 777
Vila Brandina - Campinas
Visitado em 21 Janeiro 2008

Delta Blues Bar

O Delta Blues Bar é o único bar de rock que sobrevive a maré de tendências eletrônicas e bares com banda. Sempre esteve lá, há mais de 15 anos, com bandas de blues e rock e um público fiel. Digo isso porque frequento o local desde 1994 e posso afirmar que mesmo depois de reformas e aumentos de preço, ainda mantém o mesmo estilo.
O que tem que se ter em mente quando se está no Delta é vontade de assistir bandas covers em alto e bom som - e por conseguinte não conseguir conversar se estiver perto do palco, não se importar com ventilação e/ou calor demasiado e não estar com fome, porque a comida lá é pedida certa para reinar no banheiro, por dias.
De qualquer forma, é o local ideal para beber e curtir uma banda, diversos estilos passam por lá, desde as manjadas covers de The Doors e Creedende Clearwater até Pearl Jam cover, que foi a última banda que assisti lá.
Neste dia o público estava diferente, mais novo, fazendo roda em frente ao palco, sem as figurinhas notórias das madrugadas boêmicas do bar. Não estavam deixando entrar tantas pessoas, tanto que tive que esperar liberar comandas para entrar - ponto positivo, já que antes demorava-se quinze minutos para se deslocar do bar até o palco de tanta gente lá dentro.
A segurança que fica na porta é sempre muito gentil, as garçonetes, não sei como, conseguem trazer sua cerveja no meio de tanta gente em tempo razoável e o público é sempre muito empolgado.
O Delta ainda mantém seu ambiente esfumaçado, quente e cheio de rock and roll mesmo tendo garçons de saco cheio de servir atrás do balcão - o que foi a primeiríssima vez que vi.
É um bar pra ir sozinho, com turma e com o namorado (a).
Cheguei a 1h30 da manhã e sai as 3h30. Nada mal.
Mas cuidado com a cerveja, porque acompanhar a banda e cantar todas as músicas dá sede, e o preço da long neck não é lá muito convidativo.
E ao final do show, nada como esperar a fila andar nos banquinhos nos quartos ao fundo do bar.

Passe lá:
Av. Andrade Neves, 2042
Tel 19-3242-8166
http://www.deltabluesbar.com.br/
Visitado em 11 Janeiro 2008

8.1.08

Álcool Íris

Conheço o Álcool Íris de longa data, desde outro proprietário que não o atual, e posso afirmar que é um bar que mantém sua proposta há vários anos. Nada mais que uma casa com TVs ligadas em shows ao vivo, penumbra interessante na parte interna, poucas mesas na área externa e shows de violão com uma ou duas pessoas. Falando desta forma, parece que o bar é um típico estabelecimento campineiro, com cerveja cara e Jorge Vercilo no violão. Na realidade, o Álcool Íris é um bar de rock, todo decorado com posters de shows antigos, placas de carros, quadros de nomes famosos do cinema e um aquário que ilumina o ambiente.
A casa cheia de madeira é aconchegante e possui cerveja gelada sempre com porções saborosas, como as de azeitona apimentada e a de provolone. O prato mais conhecido é a panqueca, que vem com uma generosa porção de pão e um molho da escolha do cliente.
A atração musical geralmente é rock e com um setlist muito interessante, que empolga os clientes - incapacitados também de conduzir uma conversa tamanho o barulho que se faz lá dentro.
Contudo, por maior que seja meu amor pelo bar, e sempre dói falar alguma coisa ruim daquele que a gente tanto gosta, minha última passada por lá deixou a desejar. Os garçons estavam demasiadamente perdidos, confundindo pedidos e demorando mais que o suportável para entregar a cerveja. Em termos de petiscos, uma amiga pediu um crepe de maçã que deveria ter sido flambado, mas creio que esta parte do processo fora esquecida, deixando aquela impressão de conhaque com maçã, ao invés do contrário.
Interessante ressaltar que quando fui embora muitas pessoas ainda estavam no bar o que indica que o horário de fechamento talvez tenha se estendido um pouco mais. A dupla que lá estava a se apresentar fez 3 sets, um a mais que o normal, e deixou os clientes bem felizes - até onde eram clientes ou amigos da banda.
O Álcool Íris é um oásis nos bares do Cambuí por ser tão diferente e aconchegante. Não será esse sábado que me fará desistir do bar, mas com certeza me trouxe outros olhos. Mesmo assim, é uma obrigatoriedade passar no local, nem que seja pra sentar na varanda e apreciar o ventinho com um cerveja gelada.

Passe lá:
Rua: Coronel Quirino, 1730
Cambuí - Campinas - Fone: (19) 3254-6895
Visitado em 5 Janeiro 2008

Shogun

Quando se pensa em cultura japonesa e sua gastronomia, se se desvincular da idéia fashion que impregnou nos restaurantes orientais, o que resta é um lugar pequeno, com comida boa e tradicional. O Shogun entra nesse quesito, mesmo situado em um dos bairros que mais concentram restaurantes em Campinas - aqueles que abrem, fecham, ficam uma temporada, se renovam e depois viram botequinho.
Na sexta-feira que fui estava completamente lotado embora tarde da noite (23h, o que para campineiros é, realmente, muito tarde). Consegui uma mesa no centro do restaurante, um dos locais, diga-se de passagem, mais quentes. Até todas as pessoas chegarem e fazermos os pedidos, fomos para fora do restaurante fumar um cigarro. Lá dentro não há local para fumantes e, sinceramente, pelo tamanho do local, nem seria muito bom que houvesse.
A demora no atendimento era latente e o humor das garçonetes não era dos melhores (novamente, tarde da noite). O Festival foi a opção da noite, que inclui sushi, sashimi, guioza, missoshiro, tempurá e yakisoba por R$32,00. Exclui todos os citados com exceção do sushi e sashimi.
O primeiro prato, para quatro pessoas, foi uma generosa porção de sashimi de salmão. E somente salmão. Temperatura ambiente para quase quente, cheio de gordura e, com certeza, rebarbas que não foram utilizadas para algum temaki com cream cheese. Diante de tanto sashimi, o sushi foi pedido novamente e, para surpresa, sushis de pepino, kani kama e um resquício de atum. Em 6 pedaços cada. Sushi não se corta em 8?
Contudo, o arroz era muito bem temperado, o gari (conserva de gengibre) perfeito e a entrada (salada de cenoura com repolho) deliciosa. Mas até onde um restaurante se segura nisso?
Nota-se que o Shogun é muito tradicional no ideal, na proposta, mas na apresentação final, nada disso se aplica.
Sei que o restaurante pode ser melhor por já ter visitado diversas vezes antes. Espero pensar que era o tardar da hora, a pressa para ir embora - que, de tão grande, tive que ouvir da garçonete se queríamos mais alguma coisa da cozinha que ela estava para fechar. Isso foi a primeira vez em um restaurante. Em bares contantemente ouço isso como um eufemismo de "estamos realmente fechando", mas em restaurante, onde eu pensei, ingênua que sou, que a comida é o mais importante, realmente foi a primeira vez.
De qualquer forma, o custo-benefício realmente é bom e quando não se paga muito, não se espera muito também. Triste, porém verdade.

Passe lá (antes das 23h):
Rua Conceição, 800
Centro de Convivência
Cambuí - Campinas
(19) 3254-4238
Visitado em 4 Janeiro 2008

Nosso Bar

Conhecendo os inúmeros bares e botecos que são batizados com o nome do proprietário, sempre seguido de apóstrofe e um logo de cerveja barata na placa, é por demais pretensão chamar seu estabelecimento de Nosso Bar, agregando propriedade do cliente também, como se este o achasse tão seu quanto o dono.
Creio que para chamar um bar de Nosso, este tem que preencher alguns quesitos básicos: me fazer sentir confortável, sempre chamar algum amigo para ir, aquele que eu sempre me lembro se cogito ir ao bar e ter uma cerveja perfeita. Não sei desde quando o Nosso Bar se chama Nosso Bar, mas posso afirmar que desde a primeira vez que fui não vi um nome mais apropriado.
O Nosso Bar fica dentro do Mercado Municipal de Campinas, em uma das bancas e, dada sua localização, se preocupar com lugar para sentar é por demais subestimar o intuito do local. Os poucos bancos que lá existem às vezes nem são ocupados, sendo preteridos pelo aconchegante e apertado balcão, juntamente com a gritaria dos garçons e das pessoas que estão por ali.
Os garçons são um caso à parte, sempre com um humor peculiar e de um sarcasmo refinado, tirando muito sarro da cara dos clientes que não se importam de maneira alguma, ficando cada vez mais confortáveis, como se estivessem entre amigos. Também possuem conhecimento vasto dos vários tipos de cerveja que o bar vende, o que são cerca de 300, e dão sugestões para clientes interessados em degustações.
A gastronomia não fica atrás, baseando-se em lanches grandes e saborosos; a pedida da vez foi um pastel de bacalhau bem sequinho e com bastante recheio. Para alimentar a alma foram um chopp da Guiness, uma garrafa de Paulaner, uma Sapporo, uma Old Speckle Hen e algumas Originais para não deixar todo o salário lá, afinal, as cervejas importadas não são baratas, variando de R$17,00 a garrafa até R$300 por uma trapista.
Ao final do turno, como em um pub, um sino é tocado e todos sabem que, infelizmente, é hora de ir embora. Interessante é convidar pessoas que nunca foram lá e propor "Vamos ao Nosso Bar?" e o olhar de curiosidade e estranhamento surge até a explicação de que, não, não é nosso, mas vai ser.

Passe lá:
Rua Barão de Jaguara, 988,
Box 2
Centro, Campinas
Tel. (19) 3233.9498
Visitado em 5 Janeiro 2008