17.12.07

CB BAR



Cheguei em São Paulo e em contato com amigos que não via há algum tempo, fui informada da noite que seria servido o lanche que Elvis tanto adorava, o qual foi atribuído sua morte (e sua obesidade). Nada mais que um pão francês com bacon frito, pasta e amendoim e geléia de uva.
Como uma pessoa que estuda Gastronomia, é mais que dever experimentar tudo; não pedi um lanche para mim, mas dei duas mordidas no famoso colosso calórico agridoce que era o lanche do Elvis.
Posso afirmar que, sim, é muito bom, se você gosta de pratos agridoces, brie com mel, molho tarê, caramelo balsâmico e por aí vai. Um amigo não conseguiu terminar o lanche, enquanto o outro finalizou em cinco minutos.
Cheguei bem cedo, por volta das 21h30 o que, para um bar, não é muito interessante em termos de curtição, mas ótimo para aquisição de mesas privilegiadas.
Atendimento peculiar, com uma garçonete deveras mal humorada - que fui saber depois ser a mais legal do recinto. Cervejas variadas, a preços modestos considerando a cidade de São Paulo (Stella Artois e Dos equis por R$6.50). Meu lanche escolhido foi o Do chef, hamburguer de 200gr, com queijo gruyere e pimenta jalapeño e batatas fritas por R$16,90. Hamburguer fantástico, pão macio mas pouco queijo. A batata parecia ter sido feita por alguém que não faz idéia do quão importante a temperatura do óleo é para fritura.
Por volta de meia noite o bar começou a encher, as duas a banda Moptop entrou sem deixar muita gente empolgada, mas no meu passeio até o palco, notei alguns poucos fãs tirando foto. Eu inclusa.
O CB BAR é um típico inferninho, sem janelas, com banheiro pequeno e sempre ocupado (embora bem perto da porta, ao contrário do masculino, o qual tinha que atravessar toda a platéia para chegar) e muito barulho. Um dos tipos de lugares que mais gosto, diga-se de passagem.
Fui embora às 3 da manhã, deixando muito dinheiro no caixa mas com a sensação de que o lugar me agradou demais. Seja pelo filme do Elvis que estava passando no telão, os quadros de filmes trashs que decoravam as paredes, o atendimento rápido no balcão e até a garçonete que, entre diversos bêbados na pista, conseguia trazer a cerveja gelada até nossa mesa. Mas com certeza não foi pelo set do João Gordo, que depois de famoso, acha que pode colocar músicas pitorescas só porque acha que é bacana. Não é.

Passe lá:
Rua Brigadeiro Galvão, 871
Barra Funda - São Paulo
Tel 11- 3666-8971
Visitado em 14 Dezembro 2007

14.12.07

América

O que é comer em um quilo chique, não?
Não estou reduzindo o America à apenas um restaurante de comida à quilo, mas na hora do almoço, shopping lotado, foi a opção escolhida. A dica foi do meu irmão que ao dizer que o bufê de saladas era ótimo, me fisgou na hora.
Depois de decidir qual a opção da refeição (através de um cardápio um tanto complicado), escolhi o bufê de saladas com um prato quente (filé mignon com batatas grelhadas e creme de espinafre) por R$29,90.
Realmente a variedade era grande, com cuscus marroquino, enroladinhos de abobrinha com tomate seco, tabule com quinua, alcachofra com alfafa e um molho de azeitona. Tudo muito chique, diga-se de passagem. Peguei tudo isso mais aspargos, que estavam perfeitamente cozidos. O prato chegou e meu filé mignon me remeteu à uma imagem de desenho: quando algum caminhão passava em cima de um personagem e ele ficava fino como papel, cheio de marcas de pneu e com aquela cara de morto. Mas o creme de espinafre estava com um sabor delicioso, apesar do aspecto e cor de fralda suja de neném.
Como ultimamente vem acontecendo, o atendimento dos garçons foi ótimo e ao pagarmos a conta nos foi colocada a opção de pagar 10%, o que fizemos.
Como um restaurante conceituado, o América é um ótimo restaurante por quilo.
E como restaurante por quilo, o América é um restaurante conceituado demais.
Vale a pena como opção para quem quer variar as saladas em restaurante por quilo (pois oferece a opção só do bufê de saladas) e não se preocupa com preço. Eu fui em um almoço de família e quem fez as honras foi meu pai, mas, para um almoço, R$160 é um pouco abusivo.

Passe lá (se necessário):
Shopping Pátio Higienópolis
Av. Higienópolis, 618 ou R. Dr. Veiga Filho, 133
Higienópolis - São Paulo - SP
Visitado em: 14 Dezembro 2007

10.12.07

Cenário Pizza Bar

Já disseram que os irmãos mais novos querem copiar os mais velhos para serem tão bons quanto. Eu diria que o irmão caçula do Cenário Churrascaria precisa continuar tentando com bastante afinco, mesmo não se tratando do mesmo tipo de estabelecimento.
O Cenário Pizza Bar chegou todo arrumadinho, com local belamente decorado, com meia luz na área da frente e luz demais na parte de dentro, mesinhas na calçada e uma clientela que, por alguma razão, continua frequentando o ambiente.
No final de tarde do Domingo dois casais ocupavam mesas e mais alguns chegaram até o momento em que fui embora; amigos já estavam lá e bebiam Bhrama Extra ( a mais de R$5 a garrafa), o que continuamos a fazer. Decidimos, então, pedir uma porção de queijo palmira (R$22) que, segundo o garçom, era "do tamanho de uma porção". Depois de uma explicação tão detalhada descobri que o que ele considerava tamanho de porção é o que pessoas normais consideram pouco, muito pouco. E fatias muito mal cortadas e dispostas em um prato fundo.
Música ambiente era ausente, fora substituída pela televisão ligada no Fantástico. Me chamem de louca, mas quem sai de casa domingo à noite não tem em seus planos chegar a ouvir de longe esse programa tão depressivo. E, com certeza, não tem em seus planos ter todos os presents na mesa assistindo TV.
Pedimos, então, para desligar ou mudar de canal. Outro programa dominical, não tão depressivo, mas igualmente desnecessário em um bar fora escolhido pelo garçom.
O atendimento, de forma geral, estava rápido, embora gentileza e cortesia não faziam parte do menu; o copo ao chegar na mesa veio com uma camada de gelo muito interessante, tanto visualmente, quanto para o paladar. Mas o cardápio parecia uma bíblia de tão longo e em uma cor que dificultava a leitura na penumbra (ou talvez tenha sido desenvolvido para os clientes que gostam de se sentar abaixo dos holofotes da área interna).
É a terceira vez que vou ao Cenário e todas por convite de amigos. Exercerei mais meu poder de persuasão para que a próxima vez possamos não lembrar que o dia seguinte é segunda-feira através da TV do local. E decidir, quem sabe, ir no irmão mais velho, mais sábio e com um cardápio muito mais atraente.

Passe longe:
Rua Coronel Quirino,1722
Cambuí - Campinas
Visitado em: 9 dezembro 2007

Bráz Pizzaria



Voltei à pizzaria Bráz depois de muito tempo. Havia ido quando fora inaugurada em Campinas e me lembrava com carinho de uma entrada que, na época, quase me fez recusar a pizza para somente poder degustá-la.
Cheguei 11 horas da noite de um Domingo e fui extremamente bem atendida, apresentada ao garçom que me serviria e agraciada com um chopp geladíssimo. Logo descobri o nome da entrada de massa fininha de pizza, com mussarela, alecrim, azeite e sal grosso:
Corniccione Bráz, recomendo imensamente.
A pizza da vez foi dividida em duas porque não consegui decidir em apenas uma: meia
Primo (Rodelas de tomate caqui, mussarela especial e fatias de presunto tipo parma) e meia Paulistana (Mussarela especial, queijo defumado ralado, pedaços de tomates frescos e lascas de azeitonas pretas).
Creio que o grande segredo do Bráz é deixar uma pessoa como eu, que adora massa grossa e fofa, e aqueles que gostam de massa fina felizes, pois o resultado final deles é uma massa fina (não tão fina com o cariocas fazem) mas extremamente macia, exatamente o ponto certo. E qualquer cobertura é disposta com zelo e capricho de forma a cada fatia ficar linda no prato, com ingredientes fresquíssimos. Difícil não obter um resultado final maravilhoso e também se questionar como outras pizzarias não têm o mesmo capricho. Nesse sentido, é quase impossível achar uma pizza com uma qualidade igual (embora o preço, salgadíssimo, também se encontre por aí).
O ambiente que parece simples, com aquela áurea boteco, acaba por se tornar aconchegante e os garçons são simpáticos até demais, quase como querendo que o cliente termine logo o pedaço de pizza para ele poder esvaziar a caixa. Vou considerar o tarde da hora, não diminuindo minha irritação no momento. Para quem achar isso um problema, a casa tem delivery também.
De qualquer foram, o único problema do Bráz é te incapacitar de apreciar pizzas em outros restaurantes pois toda e qualquer uma que se saboreie não estará no mesmo nível.

Passe lá:
Bráz Campinas
Avenida Benjamin Constant, 1963, Cambuí
tel: (19) 3251-0044
em domicílio: (19) 3251-4444
Visitado em: 9 Dezembro 2007


9.12.07

Edu Bambu



Até onde sabia, não havia muitos bares nos quais o cliente se servia, pegando sua própria cerveja no bar. Pelo visto há mais de um. Conhecia um bar que tinha esse sistema, chamei um amigo para ir e por falta de conhecimento de mais bares do tipo, achei que íamos neste bar. Ledo engano, se tratava de mais um bar com cara de casa, onde o cliente pegava a própria cerveja no freezer e a conta se baseava na quantidade de garrafas na mesa.
Foi então que conheci o Edu Bambu.
Cheguei naturalmente tarde, e naturalmente achei que não seria recebida ou estaria saindo de lá em alguns minutos. 23h30 consegui uma mesa, depois de aguardar no balcão 10 minutos - estes nos quais já me servi de uma Heineken de 600 ml. Quando me avisaram da mesa vaga, pedi um lanche de pernil, clássico de qualquer boteco que vou. Demorou cerca de 40 minutos para chegar e, de todos os que já apreciei, ficou entre os piores. Problema de vários, a carne muito seca e a ausência de vinagrete.
Chegaram os amigos e seguimos para a Serra Malte que, depois de muito tempo, voltou a ser boa. A dona do bar perguntou se queríamos mais alguma coisa da cozinha, o clássico eufemismo para "Estamos fechando" quando, na realidade, um cliente havia pedido um lanche de maminha com gorgonzola e cancelado. Como já estava pronto, ela decidiu perguntar se aceitaríamos e, claro, recebemos muito bem. Desta vez, suculento, carne no ponto e a quantidade certa de queijo: nenhum gorgonzola sobressaiu a maminha.
Seguimos para uma Skol, infeliz decisão, mas continuamos porque sabíamos que o preço e a quantidade de garrafas iriam acarretar em uma conta muito gorda. E pedimos mais um lanche de maminha com gorgonzola e, agora, um porçao de coração de galinha.
Três rodelas de limão, corações bem fritos, limpos e, mais importante, com gosto de coração e não uma miscelânea de miúdos.
Os outros clientes começaram a deixar o bar, sempre muito satisfeitos dada a simpatia da dona e por ali continuamos. Totalizamos 12 garrafas, 3 lanches e uma porção ao final. Uma saideira, uma conta errada de 20 reais a menos cobrado (que notificamos prontamente, pedindo mais uma garrafa) e saímos de lá 3 da manhã.
Como todo boteco, a decoração é o que menos importa, contudo, latinhas de diversas marcas decoravam as paredes, 5 freezers de diversas marcas de cerveja cercavam o bar, o balcão deixavam a mostra as carnes que seriam utilizadas na preparações (e com muita desconfiança pedi aquela porção de coração, considerando a temperatura do balcão) e as mesas eram dispostas em nada mais, nada menos, que a garagem da casa em si.
Contudo, o ambiente descontraído, a rua na qual só havia casas residenciais e comércio fechado, o público de 35 anos (com ocasionais crianças acompanhadas dos pais) e o atendimento (até onde ia, considerando que o cliente quem pegava a cerveja) geraram um boteco muito receptivo. Sem o "vamos encerrar a cozinha" seguido do "mais alguma cerveja que já estamos fechando" de praxe nessa cidade, as cadeiras desconfortáveis foram utilizadas por mais tempo que eu esperava.
E, como todo boteco, as amizades de fim de noite. Aquelas que duram o exato momento em que estão sendo realizadas.
Fim de noite, petiscos gordurosos, cerveja gelada e ausência de garçom chato. Boteco original para ir com amigos, em noites quentes para não se importunar com demora de serviço. Afinal, se se está com sede, que vá pegar sua cerveja.

Passe lá:
Rua Buarque de macedo, 695
(perto da Av. Imperatriz Leopoldina)
Vila Nova -

Campinas - SP
Visitado em: 8 dezembro 2007

8.12.07

Kindai Music + Food

Como diria um amigo meu, visitar um restaurante que sai como campeão na Veja já é, por si só, motivo suficiente para não ir. Mas ele se refere à São Paulo . Campinas, a suposta capital do interior, não possui tantos atrativos a ponto dessa premissa ser posta a prova.
Sábado a noite, 11h30, chego ao Kindai. Surpresa para a campineira, o restaurante não só está aberto como está funcionando e, como os demais, o "vai estar fechando a cozinha por-favor-você-pode-estar-fazendo-seu-último-pedido" não se aplicou.
Contudo, área de fumantes lotada. Culpa, naturalmente, das pessoas pré-balada que lá estavam para bebericar drinques caríssimos antes de seguirem para seu próximo ponto.
Consegui um lugar no balcão, lindamente decorado, no centro do restaurante e prontamente fui atendida com o cardápio. O que achei que seria uma espera de duas cervejas ou um drinque de destilado, tornou-se uma pequena demora por conta da indecisão sobre a bebida e logo mais a hostess nos acompanhando à próxima mesa disponível.
A felicidade da rapidez durou o exato tempo de chegar à mesa: não estávamos nem na área de fumantes nem da de não fumantes; na realidade estávamos entre o bar e a cozinha, entre as pessoas pré-balada e os que se sentavam para comer, entre milhões de garçons apressados, sozinhos em uma ilha onde havia apenas nossa mesa e um esquecimento total de decoração ou iluminação.
Mas a fome prevalecia e por ali ficamos.
Em quase uma década de ser servida em Campinas, posso afirmar que os garçons do Kindai estão acima de quaisquer outros que já conheci: rápidos, gentis, eficázes e sempre com uma grande sorriso. Considerando o péssimo local onde estávamos, e a frequência com a qual tantos garçons passavam por lá, atendimento prontamente era o mínimo esperado.
A demora consistiu na decisão: o cardápio muito longo e cheio de propagandas me confundiu um pouco, embora a criatividade de pratos me surpreendeu. Logo fui à entrada de salmão com rúcula. E logo descobri que não tinha rúcula, no momento.
Pedimos tortinha de vegetais com milho e conserva de pepinos. As tortinhas estavam fantásticas (e minúsculas) e o pepino à perfeição (todos acham que é simples fazer, mas poucos restaurantes acertam o tempero). Problema foi que, ao pedir as entradas junto com o prato principal (combinado) o prato principal veio antes, corrigido e retirado por um outro garçom que não sabia que a ordem é entrada e depois prato principal.
O choppe Stella Artois estava na temperatura certa, dosagem certa e sempre no tempo certo.
O combinado de sushi e sashimi parecia maior na foto mas conseguiu satisfazer, muito bem montado, espelhado de forma a eu poder degustar uma peça ao mesmo tempo que a outra pessoa. E o arroz estava no tempero certo, coisa qual restaurantes acham que comensais não sabem.
1h30 da manhã estávamos saindo de lá, restaurante com muito menos pessoas e o chef ainda montando temakis (sem salmão, por pedido de algum cliente).
Não sei até onde a Veja realmente sabe avaliar um restaurante, mas considerando que já visitei todos os restaurantes japoneses na cidade de Campinas, posso afirmar que o Kindai proporciona um ambiente maravilhoso, aconhegante e com comida muito interessante. Interessante por misturar diversas cozinhas asiáticas, não somente a japonesa.
E por funcionar em horário paulista, já é um marco em Campinas. Problema mesmo é gastar duzentos reais em uma noite. Vale a pena quando se valoriza o ambiente e a comida e o objetivo da noite é ir a um restaurante que te proporcione uma pseudo-balada com clima intimista. Aí posso dizer que o Kindai vale 200 reais, afinal, o objetivo sempre é se sentir bem, e o estômago e o psicológico agradecem.

Passe lá:
Vitória Hotel
Avenida Norte Sul
Campinas - SP
Visitado em: 24 Novembro 2007

Oca Brasil Bar e Restaurante

Como qualquer boêmio de Barão Geraldo, as opções, a certa altura da madrugada, se definham como saideiras nos bares do Cambuí. Chegamos em quatro pessoas ao que parecia ser a melhor opção a 1h30 da manhã - havíamos passado pelo Seu Jorge e diante de uma animação fúnebre seguimos em frente ao que parecia ser um bar convidativo. Paramos no Oca Brasil Bar e Restaurante.
Muito maior do que eu lembrava da construção meses atrás, entrei no local com idéias maiores. E todos sabem que quanto maior a expectativa, maior a decepção. Não demorou muito a chegar.
Cinco minutos sentados, chega a mocinha, antes mesmo do garçom, mostrando comandas que deveriam ser retiradas na entrada do bar. Não pegamos porque não havia uma viva alma para entregá-las. Chega, enfim, o garçom.
O pedido foi: uma cerveja Original a R$5.20 e uma água a R$3,20.
Alguns longos minutos depois - aqueles que não se sabe contar, mas se sabe que demora mais do que o esperado - o baldinho de gelo chega à mesa com duas cervejas e a água. Gentileza do garçom que já previu que aqueles quatro clientes iriam consumir mais que uma garrafa. Rapaz sábio.
Recebemos o menu, diga-se de passagem, de costas para minha pessoa. Abri, folheando as duas páginas do extenso menu e resolvemos pedir um porção de Picanha com pão.
R$22,50.
Eu pedi uma porção de salaminho, R$10,50, que veio com extrema rapidez, inversamente proporcional à habilidade da garçonete em dispor pratos, palitos e potinho com ketchup na mesa.
Ao final da segunda garrafa de cerveja chega a porção de picanha.
Ou o que era para ser.
Diálogos efusivos sobre a origem da carne não chegaram a conclusão alguma: coxão mole, duro, contra-filé, o que seria aquela porção que chegou a nossa mesa?
Picanha não era.
E a única carne que leigos boêmicos entendem é picanha, devido ao alto conhecimento de preparo de churrasco.
O garçom foi chamado. A reclamação foi feita. E seria repassada. O gerente chegou e o ápice da noite estava ali: desculpas atrás de desculpas. Desde não conhecer bem o fornecedor até afirmar que aquele bar no qual estávamos não havia, ainda, sido inaugurado. Na realidade, era tudo um sonho. O bar não existia.
Pedidos de desculpas, um amigo muito estressado, um gerente que não creio conhecer muita coisa de empreendimentos ou gerência de bares e, finalmente, a certeza de que não pagaríamos por picanha, carne qual a procedência, origem e animal, não se sabia de fato.
O local, em si, resumia a palavra da noite: brega.
Somava tudo: graduandas da Pedagogia dançando no palco, o som que antes era MPB se transformando em pagode, a decoração que pendia entre indígena e indiana (foque no fato de que o bar se chama Oca e propõe-se a ser construído como uma), muita luz onde deveria ser meia-luz, cadeiras desconfortáveis, banheiro cheio de vômito e muito espaço para nada.
O potencial do local é enorme. Mas conseguiram fazer o impossível: transformar o que chamam de bar e restaurante em um local onde não se pode comer decentemente e nem beber a um preço razoável. Que fosse feita uma pesquisa onde indicasse que a cerveja ali não é feita de ouro.
Pontos fortes: aberto até mais tarde (mas até onde vai a vontade de sair?) e garçom experiente em servir cerveja. Queria poder falar mais.
Considerar que ir à um lugar e já saber na cara que não vai voltar é ponto forte?
Não sei se a casa abre de dia, para almoço. Mas como todo estabelecimento em Barão Geraldo, que quer agradar à gregos e troianos, não duvido que seja servido um sushi com feijoada a módicos 30 reais o quilo.
Não recomendo, a não ser que você esteja comemorando sua graduação por lá e qualquer coisa seja bem vinda, dada toda a tristeza de conhecer o mercado de trabalho que virá pela frente.

Passe longe:
Avenida Santa Isabel (logo depois do Rudá)
Barão Geraldo
Campinas - SP
Visitado em: 7 Dezembro 2007