Quando conhecemos alguém em quem confiamos, em termos de paladar, uma sugestão de restaurante sempre é bem vinda. Infelizmente, nunca tivera uma indicação que valesse a pena, seja daqueles nos quais confio ou não. Coisas do acaso, então, acontecem e começo a questionar tudo isso. Um vendedor de livros que conheci e que também trabalha como chef em uma hamburgueria sugeriu um sushibar em Ubatuba. Fiz a matemática e pensei: livros, hambuguer, Ubatuba, Sushi Ya San e tive a certeza de que seria a maior roubada de todos os tempos.
A propaganda do vendedor de livros/chef foi tão boa, no entanto, listando os lugares nos quais o sushiman trabalhou, no RJ e em SP, o comprometimento dele com a comida, o menu degustação a R$45, que a possibilidade de ir foi considerada. Mas, desta vez, não iria no escuro. Pegamos o flyer do local e a foto parecia de choperias daqui de Campinas e jamais consideraria entrar pois parecia um daqueles lugares com duo de violão e voz com releituras de músicas da Ivete Sangalo e da Ana Carolina.
Então ligamos no Anchieta Café, que também é forneria, para falar diretamente com o Artur e saber se a propaganda estava de acordo. Não conseguimos falar com ele pois estava comprando peixes. Felicidade grande, afinal, se resolvêssemos ir, peixe fresco estava garantido. Ligamos de novo e Artur, muito gentil, disse que os peixes do dia eram pargo, olho de boi e salmão. E que o menu degustação consistia em missoshiru, guioza, yakisoba, shimeji, sushis e sashimis, lula e polvo.
O atum, no entanto, não estaria presente, assim como a recém descoberta sororoca, mas o peixes, estes, eram do dia. Então, com uma expectativa baixa e acredito, real, fomos para o suposto fantástico menu degustação do Anchieta Café Sushibar Forneria e, o que confirmei, com couvert para a banda que fazia releitura de músicas.
Sentamos no balcão, de frente para o suhsiman e seu ajudante, da forma como queríamos, afinal, quem é fã de comida japonesa e trabalha em cozinha, adora acompanhar o trabalho do profissional e, se possível, perguntar sobre os pratos.
Prontamente fomos atendidos por ele, avisando que havíamos ligado e falado com o amigo vendedor de livros/chef e ele pergunta se gostamos de sunomono. Eu amo de paixão e dificilmente acho um que agrade meu paladar, mas este estava doce e ácido na medida certa, com gergelim torradinho e kani. Ali eu já sabia que tudo poderia ser muito bom. Seguiu-se com o missoshiru que chegou antes do chopp e da água que pedimos. Estava bem carregado de missô, quase salgado, mas muito saboroso. Não senti falta do tofu porque não aprecio muito, mas mais cebolinha iria bem.
Bebidas chegaram ao mesmo tempo que o shimeji, também quase salgado, mas com um gosto de terra muito bom, surpreendente até. O guioza veio com um molho bem puxado no limão, o que não gostei tanto pois prefiro mais suave; a massa estava boa e o recheio interessante, mas faltando um pouco de sal - o que eu realmente não esperava dado o padrão até então.
Finalmente, então, chegaram os peixes. O primeiro prato foi um carpaccio de polvo, salmão e pargo, temperados com azeite, ovas e um tempero japonês que não me recordo o nome mas que eu poderia jurar que tinha cominho. Muito delicado e muito saboroso. O polvo estava com a cocção perfeita.
Os sashimis seguiram com fatias de salmão - bastante fresco, olho de boi, pargo com um pedaço da pele por cima, polvo e uma lula crua em fatias finas temperadas com um molho de pimenta com gostinho de defumado. Surpreendente. A lula feita desta forma possui uma textura diferente e potencializa o sabor de forma que nunca tinha sentido antes.
Estava curiosíssima, então, para saber se o arroz estaria bem temperado e bem cozido. Minha expectativa neste momento estava altíssima e fiquei muito feliz ao experimentar os niguiris e notar como todos os grãos estavam cozidos de forma igual assim como o tempero estava corretíssimo.
Os sushis seguiram com acelga e molho tarê - este muito fluido e doce na medida certa, pargo com shimeji muito delicado, proporção correta de arroz e peixe nos hossomakis, crocância deliciosa nos uramakis de skin e o hot roll com a casquinha mais saborosa que eu já comi.
O menu degustação foi finalizado com um niguiri de lichia, muito equilibrado e delicado, se fazendo de sobremesa e que fechou o que foi a melhor refeição que já fiz. Não afirmo isso pela qualidade e frescor de tudo, nem pelo tempero adequado e apresentações lindas mas também pelo comprometimento em fazer uma comida de respeito. O atendimento feito pelo sushiman, sempre perguntando se estava bom, ou o que gostaríamos de comer e a dedicação em servir a melhor comida possível fez com que esse sushibar me surpreendesse além de qualquer restaurante que já fui, especialmente os vários japoneses que frequento.
Não quero nem entrar nos detalhes da casa, com o pior atendimento de garçons que já vi - com uma equipe de cinco pessoas que mais ficavam conversando entre si do que prestando atenção no salão, a falta de climatiazação, ou a dificuldade para conseguir uma água. Prefiro me ater a maravilhosa experiência que tive e que, de tão fantástica que foi, nos fez voltar lá no dia seguinte.
E que bela indicação do nosso amigo vendedor de livros/chef de hambugueria!
Passe lá (só no sushi bar):
Anchieta Café
Rua Tamoios, 63
Ubatuba - SP
(12) 3833-4232
4.2.10
Samurai Mix
É difícil afirmar o que vou afirmar agora, ainda mais depois de ter comido, anos atrás, algo que chamaram de sushi e era, na verdade, alga envolvendo arroz papento e quente envolvendo atum de lata, mas lá vai: o pior sushi e sashimi que já comi na vida está no Samurai Mix.
Amigos me chamaram para acompanhá-los no jantar e lá fui eu, reticente com uma volta ao Samurai Mix (havia ido lá quando inaugurara) mas com vontade.
A casa trabalha, agora, com sistema de rodízio, que é, na verdade, self-service de comida japonesa e chinesa. O preço de R$25 por pessoa é convidativo, assim como questionável. Achei mesmo que a barca era furada, mas entrei na fila.
Primeiramente vi niguiris de atum e uramakis de salmão. O atum me assustou: estava com uma película por cima, parecia charque pela cor e não sei se algum dia vi um peixe tão passado quanto ele. Passei longe.
Dei meia volta, e entrei na fila para ver o buffet desde o começo. Assustador!
Hossomakis de salmão e rúcula empilhados, hot rolls cheio de massa embaixo de uma lâmpada quentíssima e hossomakis de pepino que gritavam com o calor. Seguiam alguma fatias de salmão, também aquecidas, mal cortadas, velhas e com aquela cor medonha. Os rolinhos primavera encharcados de gordura e recheados com muito repolho acompanhavam um molho que não sei afirmar extamente qual era a cor, mas tenho certeza que da receita original só mantiveram o nome.
Na mesma bancada outras frituras nojentas acompanhavam como cebolas empanadas e guiozas fritos. Achei ter visto algo parecido com coxinha por ali, mas preferi não perguntar.
Logo em seguida vi o sushiman cortando o salmão. O medo! Em uma vasilha de plástico ele mantinha diversos filés de salmão, um em cima do outro, escolhia um e fatiava ao lado das horrorosas lâmpadas de aquecimento desnecessário. Não me contive e coloquei minha mão na vasilha de salmão só pra checar a temperatura. E não, não estava fresco. Mas como não queria estragar o jantar dos amigos, apenas disse que estava tudo ok.
A parte a seguir era reservada a comida quente, mas eu já estava saturada só de assistir os pratos até então. Não tive coragem de pegar o shimeji e passei longe daquilo que eles chamaram de yakisoba.
Por fim escolhi dois niguiris de peixe branco, dois ninguiris de salmão, 3 fatias de salmão (as menos mortas), um rolinho primavera, sunomono e um hossomaki de pepino.
Comi o sunomono. Comi um niguiri de salmão e me surpreendi por não ser o salmão a pior parte, mas sim o arroz, que além de mal cozido (grãos moles e grãos duros na mesma peça) estava com cheiro de mofo. Mofo! Segui para o sashimi de salmão e estava assim como eu achei que estaria.
Então, parei.
Ninguém me perguntou porque não queria comer mais, mas continuei a conversar bastante e todos pareciam estar felizes com os pratos.
O que me dói é que o lugar estava lotado. Eu fico imaginado que ou sou chata e exigente demais ou as pessoas não sabem comer. E todos pareciam muito satisfeitos.
Eu fiquei com nojo. E com medo de como aquele buffet estaria as 11 da noite, com as lâmpadas e as frituras.
Da primeira vez que fui e esta, só posso afirmar que a casa conseguiu piorar o que eu já achava péssimo. E se um dia eu voltar, vou ficar bebendo água - se vier gelada desta vez.
Passe longe:
Samurai Mix
Rua Paula Lobo, 57
Campinas - SP
(19) 3251-6400
Aberto de Terça a Domingos e feriados
Amigos me chamaram para acompanhá-los no jantar e lá fui eu, reticente com uma volta ao Samurai Mix (havia ido lá quando inaugurara) mas com vontade.
A casa trabalha, agora, com sistema de rodízio, que é, na verdade, self-service de comida japonesa e chinesa. O preço de R$25 por pessoa é convidativo, assim como questionável. Achei mesmo que a barca era furada, mas entrei na fila.
Primeiramente vi niguiris de atum e uramakis de salmão. O atum me assustou: estava com uma película por cima, parecia charque pela cor e não sei se algum dia vi um peixe tão passado quanto ele. Passei longe.
Dei meia volta, e entrei na fila para ver o buffet desde o começo. Assustador!
Hossomakis de salmão e rúcula empilhados, hot rolls cheio de massa embaixo de uma lâmpada quentíssima e hossomakis de pepino que gritavam com o calor. Seguiam alguma fatias de salmão, também aquecidas, mal cortadas, velhas e com aquela cor medonha. Os rolinhos primavera encharcados de gordura e recheados com muito repolho acompanhavam um molho que não sei afirmar extamente qual era a cor, mas tenho certeza que da receita original só mantiveram o nome.
Na mesma bancada outras frituras nojentas acompanhavam como cebolas empanadas e guiozas fritos. Achei ter visto algo parecido com coxinha por ali, mas preferi não perguntar.
Logo em seguida vi o sushiman cortando o salmão. O medo! Em uma vasilha de plástico ele mantinha diversos filés de salmão, um em cima do outro, escolhia um e fatiava ao lado das horrorosas lâmpadas de aquecimento desnecessário. Não me contive e coloquei minha mão na vasilha de salmão só pra checar a temperatura. E não, não estava fresco. Mas como não queria estragar o jantar dos amigos, apenas disse que estava tudo ok.
A parte a seguir era reservada a comida quente, mas eu já estava saturada só de assistir os pratos até então. Não tive coragem de pegar o shimeji e passei longe daquilo que eles chamaram de yakisoba.
Por fim escolhi dois niguiris de peixe branco, dois ninguiris de salmão, 3 fatias de salmão (as menos mortas), um rolinho primavera, sunomono e um hossomaki de pepino.
Comi o sunomono. Comi um niguiri de salmão e me surpreendi por não ser o salmão a pior parte, mas sim o arroz, que além de mal cozido (grãos moles e grãos duros na mesma peça) estava com cheiro de mofo. Mofo! Segui para o sashimi de salmão e estava assim como eu achei que estaria.
Então, parei.
Ninguém me perguntou porque não queria comer mais, mas continuei a conversar bastante e todos pareciam estar felizes com os pratos.
O que me dói é que o lugar estava lotado. Eu fico imaginado que ou sou chata e exigente demais ou as pessoas não sabem comer. E todos pareciam muito satisfeitos.
Eu fiquei com nojo. E com medo de como aquele buffet estaria as 11 da noite, com as lâmpadas e as frituras.
Da primeira vez que fui e esta, só posso afirmar que a casa conseguiu piorar o que eu já achava péssimo. E se um dia eu voltar, vou ficar bebendo água - se vier gelada desta vez.
Passe longe:
Samurai Mix
Rua Paula Lobo, 57
Campinas - SP
(19) 3251-6400
Aberto de Terça a Domingos e feriados
Marcadores:
Passe Longe,
Restaurante Oriental,
SP
Sushi Ya san
Depois de alguns dias na praia, aquela vontade por comida japonesa bateu forte. Logicamente que sei que na praia não há de se encontrar restaurantes japoneses bons, mesmo considerando o fator de peixe fresco nas redondezas. Mesmo assim, não achei que poderia ser ruim.
Fomos em dois no Sushi Ya San, em Ubatuba, matar a vontade de guiozas, gohan, sushi, sashimi - estava sonhando com um bom atum - e munidos de uma expectativa bem baixa.
O local fica na parte de cima de uma loja de calçados e parece bem intimista `a primeira vista; ambiente todo em madeira, pequeno, luz baixa e som agradável. A garçonete nos deixou escolher a mesa e logo levou o cardápio. Este, não muito variado e extremamente caro nos fez demorar bastante a escolher, decidindo entre um combinado gigante ou pequenas porções.
A demora fez com a garçonete ficasse mal humorada e com certa resistência ao responder nossas perguntas. Coisas como "o peixe está fresco?" ou "com quais peixes vocês trabalham?". Quando a resposta veio "linguado, sororoca e atum" a felicidade tomou conta e decidimos que ao invés de pedirmos o combinado onde podia escolher os peixes e sushis, foi decidido escolher o super mega combinado de quase R$200. O pensamento era "tudo fresco e em bastante quantidade".
Antes que pensem que valorizo a quantidade, posso afirmar que depois do Ryuu, em Campinas, a noção de rodízio ou degustação como chamam agora, foi alterada. Especialmente porque tudo o que como em bastante quantidade, vem em alta qualidade. Fato que não ocorreu no Sushi Ya San, em ambas categorias.
Após o pedido, a garçonete irritada levou os cardápios e esqueceu de oferecer qualquer coisa para beber. Difícil foi chamá-la de volta para conseguir uma água e uma cerveja.
O pedido chegou depois de muita demora - me pareceu que pessoas que lá chegavam para pegar o delivery eram passadas na frente. A fome já era tanta que não houve conversa, somente o comentário do quão fresco os peixes pareciam estar. Ponto para eles.
No mar de salmão que veio, vi 5 fatias de atum. Cinco! Linguado e sororoca estavam lá também e este último foi a única boa surpresa da noite: delicioso, gorduroso e com textura similar ao peixe-prego. O atum, em quantidade de degustação como se fosse um verdadeiro torô, estava fresco e na espessura correta e, logicamente, não matou a vontade.
O sushiman tratava o atum como relíquia em sua área de trabalho, embalando em filme plástico e desembalando, de acordo com o uso. Nos questionamos sobre o pedido do combinado onde podia-se escolher os peixes e depois concluimos que provavelmente não teríamos mais atum, teríamos muitas fatias finas de atum.
As peças de sushi estavam razoáveis, notavelmente sem tempero correto ou cocção adequada, mas não foram as piores que já comi.
Sai de lá na certeza de que havia gastado uma quantia de dinheiro que não se aplicava a qualidade da casa, muito menos ao atendimento, menos ainda a composição do combinado.
E isso porque minhas expectativas estavam baixas.
Passe longe:
Sushi Ya San
Av.Guarani, 736 - Itaguá
Ubatuba - SP
(12) 3832-1405
Aberto de 5a a Domingo, a partir das 19h30
Fomos em dois no Sushi Ya San, em Ubatuba, matar a vontade de guiozas, gohan, sushi, sashimi - estava sonhando com um bom atum - e munidos de uma expectativa bem baixa.
O local fica na parte de cima de uma loja de calçados e parece bem intimista `a primeira vista; ambiente todo em madeira, pequeno, luz baixa e som agradável. A garçonete nos deixou escolher a mesa e logo levou o cardápio. Este, não muito variado e extremamente caro nos fez demorar bastante a escolher, decidindo entre um combinado gigante ou pequenas porções.
A demora fez com a garçonete ficasse mal humorada e com certa resistência ao responder nossas perguntas. Coisas como "o peixe está fresco?" ou "com quais peixes vocês trabalham?". Quando a resposta veio "linguado, sororoca e atum" a felicidade tomou conta e decidimos que ao invés de pedirmos o combinado onde podia escolher os peixes e sushis, foi decidido escolher o super mega combinado de quase R$200. O pensamento era "tudo fresco e em bastante quantidade".
Antes que pensem que valorizo a quantidade, posso afirmar que depois do Ryuu, em Campinas, a noção de rodízio ou degustação como chamam agora, foi alterada. Especialmente porque tudo o que como em bastante quantidade, vem em alta qualidade. Fato que não ocorreu no Sushi Ya San, em ambas categorias.
Após o pedido, a garçonete irritada levou os cardápios e esqueceu de oferecer qualquer coisa para beber. Difícil foi chamá-la de volta para conseguir uma água e uma cerveja.
O pedido chegou depois de muita demora - me pareceu que pessoas que lá chegavam para pegar o delivery eram passadas na frente. A fome já era tanta que não houve conversa, somente o comentário do quão fresco os peixes pareciam estar. Ponto para eles.
No mar de salmão que veio, vi 5 fatias de atum. Cinco! Linguado e sororoca estavam lá também e este último foi a única boa surpresa da noite: delicioso, gorduroso e com textura similar ao peixe-prego. O atum, em quantidade de degustação como se fosse um verdadeiro torô, estava fresco e na espessura correta e, logicamente, não matou a vontade.
O sushiman tratava o atum como relíquia em sua área de trabalho, embalando em filme plástico e desembalando, de acordo com o uso. Nos questionamos sobre o pedido do combinado onde podia-se escolher os peixes e depois concluimos que provavelmente não teríamos mais atum, teríamos muitas fatias finas de atum.
As peças de sushi estavam razoáveis, notavelmente sem tempero correto ou cocção adequada, mas não foram as piores que já comi.
Sai de lá na certeza de que havia gastado uma quantia de dinheiro que não se aplicava a qualidade da casa, muito menos ao atendimento, menos ainda a composição do combinado.
E isso porque minhas expectativas estavam baixas.
Passe longe:
Sushi Ya San
Av.Guarani, 736 - Itaguá
Ubatuba - SP
(12) 3832-1405
Aberto de 5a a Domingo, a partir das 19h30
Marcadores:
Passe Longe,
Restaurante Oriental,
SP
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