11.11.08

Chopp Time

A primeira idéia que se passa quando o nome de um bar remete a um programa de TV de vendas de produtos sem muito uso é a mesma de quando o tal programa passa na TV: você não quer ficar assistindo, mas acaba perdendo algumas horas com ele.
O bar é realmente bonito, todo em madeira, com três espaços - exterior, interior e mezanino. Banheiro limpo, arejado e sem filas. O bar trabalha com os insuportáveis e inaudíveis cantores de banquinho e violão, com o mesmo repertório e volume acima do necessário. Couvert de R$4.
O tardar da noite não impossibilitou alguns chopes, que, evidentemente, eram trazidos com maior vagareza ao passar dos minutos. A cozinha demorou a fechar e pude pedir um Cambuí Street Especial, que consistia em diversas carnes, queijo, molhos e gorgonzola. O que eu senti foi gorgonzola, com molho de gorgonzola e pedaços de gorgonzola. R$20. O cardápio é um pouco confuso pela variedade e quantidade de opções; há quem ache muitas opções uma boa qualidade mas creio que menos é mais - assim como o gorgonzola deveria ser.
Os chopes eram marcados em uma comanda na mesa o que facilitou a contagem, nem muito alta, de quantos reais seriam gastos lá. R$3,90 tulipa de 300 ml.
Os garçons estavam pedindo educadamente que fôssemos embora dado que não havia mais uma viva alma no bar e os funcionários já estavam fazendo a ceia. Como não haveria mais nenhum outro bar em que se pudesse chegar as 3 da manhã e a conta já estava salgada, decidimos aceitar o pedido e ir embora.
O bar abre para almoço, happy hour e jogos de futebol. Assim como o canal de compras, muitas opções sem muita qualidade em cada, mas razoável se você não tem uma variedade de escolha.

Passe longe:
Centro de Convivência - Cambuí - Campinas
Couvert médio: R$30

9.11.08

Pernil

Sou bastante fã de um boteco e normalmente não me importo com o que seria de relevância para outras pessoas - clientes, comida, bebida, condições do banheiro; porque, afinal, trata-se de um boteco. Domingo a tarde estava no Pernil, relativamente um boteco novo, que, em seu início ficava aberto 24h. Creio que a quantidade de bêbados da madrugada fizeram os donos mudarem de idéia.
Poderiam, também, mudar de idéia em relação ao preço da torre de chopp Germânia (R$25) e a quantidade de oléo na coxinha (fritura em imersão é para poucos). Por muito tempo deixaram uma placa onde estava escrito "diz-se que aqui se come o melhor lanche de pernil de Campinas". Não tive coragem de experimentá-lo depois de um vislumbre na coxinha e no lanche de bacon que um amigo pediu.
O local é extremamente abafado, mesmo aberto nas laterais, lembra uma cantina de escola e a TV sintonizada no Faustão não agradou ninguém.
A conta ficou bastante alta, considerando que estávamos em 7 pessoas.
Acho que mudei de idéia: para o Pernil ser chamado de boteco tem que melhorar muito. Ainda é café com leite, e nem daqueles que a gente pede com pão na chapa nos botecos mais podres.

Passe longe:
Pernil
Av. Orosimbo Maia
Campinas
Couvert médio: R$20

8.11.08

Barril da Máfia

O Barril da Máfia comemora 10 anos de existência em 2008. Lembro-me perfeitamente de quando conheci o bar, recém inaugurado, conversando com a dona na mesa, pouca gente na pista e um potencial gigantesco. O bar começou a fazer muito sucesso, a lotar a casa todo final de semana sempre, basicamente, com o mesmo público – pessoas na faixa dos 25 a 30 anos de idade. Eu, na época, tinha 18 e gostava do bar com bandas bacanas como Fred Jorge e os Maiorais no impressionante palco que fica em cima do bar.
Fiquei alguns anos sem passar por lá, mas mais recentemente, devido a predileção por botecos, possibilidade de conversar sem gritar e ausência de pessoas com mais de trinta anos que se vestem como se tivessem 18 e agem como se tivessem 15. Nesse sentido, não ouvi mais falar do Barril, a não ser por email, recebendo a programação do bar, sempre com as mesmas bandas.
Foi então que um amigo resolveu comemorar o aniversario e aniversário é mandatória a presença. Foi então que cheguei ao Barril da Máfia as duas da manhã de sexta para sábado. Poder entrar nesse horário foi uma surpresa, logicamente, considerando Campinas, a cidade do “vamos tomar um de café de madrugada em vez de se divertir”. O cidadão que me atendeu, com seu mau humor intrínseco de quem está de pé de madrugada – mas que não deveria considerando o trabalho que está prestando, nos avisou em voz robótica, como telemarketing, do funcionamento da casa.
E seguem as mudanças da última vez em que fui lá: entrada mulher de R$15, homem R$17, apenas para sorrir. Fumar não se pode lá dentro, então se quiser, somente fora da casa, onde notei que é onde os papos mais efusivos acontecem. Seguindo a tendência de servir cerveja bem, vende-se Guinness lata por R$18, com possibilidade de Skol por R$7.
O que ficou do mesmo foram as mulheres de trinta e poucos anos que se portam como se tivessem 18 – e eu, quase com trinta, consigo achar ainda mais ridículo – a pista lotadíssima, sempre animada e o palco em cima do bar. A tendência anos 80 juntamente com o público que nasceu nessa época foi trazida pela banda Blackout (muita música pra bêbado dançar e lembrar de qual novela foi aquela trilha sonora).
Em 1h45 minutos gastei R$90 (em duas pessoas), ouvi Marina Lima e Midnight OIl, assisti tentativas frustradas de pessoas balzaquianas parecerem descoladas e resolvi ir embora. Creio não ter mais paciência para o Barril da Máfia; ou esgostei a vontade pelas diversas vezes que fui no passado longínquo ou virei uma pessoa de quase 30 que não suporta baladinhas de quem acha que não tem 30.


Passe Longe:
Rua Dom Pedro I, 390
Guanabara - Campinas - SP
(19) 3241-0982
Couvert médio: R$40